O Brasil é uma nova potência. Sem intervenção estatal, conseguiu conter o crescimento populacional (menos filhos, melhor qualidade de vida e reduziu a mortalidade infantil). Mantém a inflação sob controle, escola para 95% das famílias, uma agroindústria produtiva e competitiva, fabrica aviões a jato e produz petróleo em poços que ficam a mais de mil metros abaixo do mar. É á Bélgica, uma pequena, mas rica nação européia.
Por outro lado, possui os maiores índices de criminalidade, rodovias estropiadas, saúde pública em descalabro, qualidade educacional das piores do mundo, déficit previdenciário, exploração predatória de recursos naturais, muitos funcionários e pouco serviço público, juros mais elevados do mundo e multidões lutando por uma oportunidade de melhora. É a Índia, um imenso mas pobre subcontinente.
Coube ao economista Edmar Bacha criar a frase "o Brasil é uma Belíndia". Durante 30 anos, alegando que os insumos contidos na medicação são importados e que ainda têm de pagar royalties à matriz, a indústria farmacêutica aumentava o preço dos remédios devido ao aumento do dólar. Mas se o dólar, agora, está derretendo, tendo caído 30%, qual a lógica desse aumento de 4,5% agora? Não deveriam baixar o preço ou, pelo menos, congelar, como a gasolina que não aumenta há 2 anos? Cabe a nós decidirmos em que parte dessa Belíndia queremos viver: a do progresso ou da omissão.
NOTA escrita para coluna Cacau Menezes - Diário Catarinense - Florianópolis/SC
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