Está certo que os paulistas elegeram Maluf, Celso Russomano e Cordovil Hernandez. Mas também mandaram para casa Ney Suassuna, Fleury Filho (que mandou invadir Carandiru, com 111 prisioneiros mortos), Celso Pita, Augusto Farias, Emilia Fernandes, Doutora Havanir (quando do Prona, com o mote “Meu Nome é Havanir”, teve 682 mil votos; agora, no PSD, amargou 10 mil votos), os dois filhos de Romeu Tuma e os “matadores de bandidos” Afanásio Jazadji e Coronel Erasmo Carlos. Assim como em 1974, quando o MDB conquistou 16 das 22 vagas de senadores, assim o Sul/Sudeste mandou um recado a Lula pelas urnas: ou melhora a situação de troca dólar-real, ou nós o enterraremos, antes que você o faça. Mas talvez esteja aí a grande esperança dessa brava gente brasileira: a esperança aliada à decisão e não o desespero aliado à omissão. Isso a propósito do segundo turno das eleições, cuja decisão certamente se dará em Minas Gerais onde o governador reeleito com 70% dos votos, Aécio Neves, é do PSDB mas reluta em apoiar Alckmin. Até se entende: com o TP mais destroçado que Hiroshima após a bomba atômica, mesmo reeleito Lula Aécio é o candidato natural da centro-esquerda em 2010. Mas eleito Alckmin, Aécio enfrenta o novo fator político. Os canais da TV a cabo costumam divulgar um filme chamado “Tomates Verdes Fritos” que ataca, en passant, racismo e feminismo numa América sulista nos anos 50. É uma delícia de filme tanto quanto a receita do prato. Já a dobradinha café-com-leite (São Paulo ou Minas) é briga para gente boa. Então a questão é a seguinte: vamos ter no dia 29 tomates verdes fritos ou café-com-leite?
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