Há gerações que a sociedade vem reclamando de uma melhoria na representação política, como diminuição do número de deputados e de senadores, redução do tempo dos mandatos e fim dos “suplentes”, aqueles “malas” que não aparecerem na lista eleitoral e dos vices, aqueles que são sem terem sido. No lugar disso os Deputados respondem com as seguintes ameaças:
1) você não poderá mais escolher, bem ou mal, seu deputado federal. Será eleito aquele que constar primeiro na “lista fechada”. Ou seja, a eleição para deputados passa a ser indireta.
2) cada brasileiro vai pagar 7 reais para os candidatos fazerem sua campanha;
3) os partidos nanicos, uma pletora de aventureiros albergados em 27 siglas partidárias, continuarão existindo;
4) você continua sendo obrigado a comparecer à urna eleitoral, sob pena de multa e perda de direitos políticos.
Se esse é o preço da liberdade, então fica combinado assim: enquanto os congressistas continuam insultando a Nação e nós financiando um dos Congressos mais onerosos do mundo, onde um motorista pode ganhar 5 mil reais por mês, a vida continua. Cacau sugere que, assim como Gandhi venceu os ingleses com a política de não-resistência, nós lutemos contra os políticos batendo-lhes na cara com os versos de nossos poetas, como Cecília Meirelles (“Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta/ que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”) ou Medeiros e Albuquerque (“Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós! Das lutas na tempestade! Dá que ouçamos tua voz!”).
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