Vejo o jovem e esforçado Secretário de Comunicação Social do Estado preocupando em criar uma política de identificação estadual, a fim de, preservando valores internos, dar lá fora à Santa Catarina a imagem que ela merece. Não quero entrar no mérito principal (falta de divulgação),, pois essa negativa de divulgação é briga no mundo inteiro (o Brasil reclama de só ser notícia lá fora quando é registro de catástrofe). Mas no mérito mais permanente, mais duradouro, mais eterno - este sim é briga de todos nós. Começaria por tentar definir o que é uma “Identidade Catarinense” para posteriormente procurar preservá-la. O que somos? Açorianos, capiaus, carijós, italianos, alemães? É piada lá fora a defesa que aquele alemão faz de Santa Catarina: “No meu terra tem 4 cidades que começa com “x”: Xaxim, Xanxerê, Xapecó e Xoinvilla...”
É piada curta, vá lá, mas não devemos esquecer que no vestibular deste ano, os estudantes conheciam melhor o alemão (média de 2, 3) do que o português (média de 1, 2)... Seríamos aventureiros? Como esquecer daqui, de Desterro e de Santo Antônio dos Anjos da Laguna, partiram os bandeirantes que anexaram o Oeste e o Rio Grande ao território nacional, rompendo a linha imaginária (e proibitiva) do Tratado de Tordesilhas? Os conscritos catarinenses, que, com seus vitoriosos uniformes e seu famoso peitilho do requisitado Regimento de Linha, foi raramerde”? na glória e na coragem o imortal gentílico de “Barriga Mas acho que o supremo acinte da provocação está naquela loja gaúcha que ocupou a esquina mais famosa de Santa Tá difícil de achar nossa identidade catarinense, Sr. Secretário. Catarina (Filipe Schmidt com a Praça Quinze): “Saco e Cuecão”... Terra de tantos nomes mágicos, como Treze Tílias, Racho Queimado, Rodeio, Seara, Aparados da Serra, Campeche, Cunha Porá, Iporã? Nomes evocativos, tais como União da Vitória, Tangará, Bom Jardim, Pomerode, Rio das Antas, Salete, Saudades? Ou atávicos como Apiúna, Imbituba, Itapirubá, Concórdia, Videira... E temos ainda aqueles que, não satisfeitos com seus belos nomes, foram pedir inspiração ao poeta - Cidade Azul, Princesa da Serra, Capital da Maça... E os ventos - Ah, os ventos... Temos o terral, a lestada, o minuano, os alísios... E nada disso é suficiente para resistir à invasão. São principalmente gaúchos e paranaenses que tentam nos transmitir seus modismos, dominar nosso comércio e influir no comportamento - Neste último caso o responsável maior é a Rede de TV Globo. Exemplos? Graças às Lojas Alfred, de Porto Alegre, “terno” virou “traje” O fusquinha é para muita gente “Fuca” Do Paraná (herdando de São Paulo), vem o “dormitório”, no lugar de quarto. O banco gaúcho Sul Brasileiro virou “coisa nossa”. E até a ventania que vem dos pampas nos é vendida como “refrescante” (vide a publicidade tola do refrigerante Minuano)... Essa mesma sofrida Polônia, que jamais encontra a paz e a tranquilidade que tanto procura. É um país comunista, mas também católico. Vítima de sucessivas partilhas teve fronteiras.
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