Em 1822, Portugal queria recolonizar o Brasil e forçava o retorno de Pedro I, que soltou a famosa frase do "Fico". Em 1945, surgiram os "queremistas", que defendiam a permanência do ditador Getúlio Vargas no poder. Em 1996, o objeto do desejo era Fernando Henrique Cardoso. Em 1999, os "queremistas" mudaram o regimento para ACM ser reeleito presidente do Senado, cassado devido ao escândalo do painel. Em 2005, houve uma tentativa de manter João Paulo Cunha por dois mandatos consecutivos na presidência da Câmara, quase cassado pouco depois devido ao seu envolvimento no mensalão.
Agora, com o consumo crescendo, o número de empregos formais aumentando, o crédito abundante, a indústria produzindo como nunca e o Bolsa Família atingindo 25% das famílias brasileiras, os queremistas de hoje pedem que Lula fique. Lula, apesar de "renegar" um novo mandato, já vai advertindo que "ninguém consegue fazer tudo em oito, nove ou 10 anos".
A história, quando se repete, vira uma farsa. É conhecida a fábula das rãs que queriam um rei. Resumidamente: uma comunidade de rãs vivia num lago, em paz e sossego, quando nomeou uma comissão para rogar a Zeus por um rei. Zeus percebeu a ingenuidade e disse que no dia seguinte um rei estaria morando no lago, onde colocou um tronco de árvore. As rãs ficaram em polvorosa, mas como nada aconteceu, logo retornaram a Zeus, que, impaciente, enviou-lhes uma cegonha.
Bom, é claro que o novo rei comeu todas as rãs, uma a uma. Apesar do nosso "sapo barbudo", a história criada por Phebo é apenas uma lenda. Se bem que, para alguns, tudo não passa de um "neoqueremismo".
NOTA escrita para coluna Cacau Menezes - Diário Catarinense - Florianópolis/SC
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