Alberto Santos-Dumont, tido pelos franceses como o Pai da Aviação, faleceu em 1932. Neste ano, os americanos vão matá-lo pela segunda vez, ao comemorarem o centenário do vôo dos Irmãos Wright, construtores de bicicletas de Ohio, Estados Unidos. Então, tá. Mas devemos ficar inertes a esse absurdo?
Em 23 de outubro de 1906, no campo Bagatelle, em Paris, a bordo do histórico “14-Bis”, na presença de milhares de pessoas, inclusive cinegrafistas, o paulista Santos Dumont realizou o primeiro vôo oficial em que um avião com três rodas, deixou de estar em contato com o solo. O aparelho subiu a 90 m sobre um percurso de 100 metros. Segundo as enciclopédias, Santos-Dumont foi o primeiro a comprovar a dirigibilidade de equipamentos mais leve-que-o-ar e mais-pesado-que-o-ar, ambos idealizados por ele.
E os irmãos Wilbur e Orville Wright, anos mais tarde, mostraram uma fotografia do que seria o primeiro vôo do homem, na Carolina do Norte, em 17 de dezembro de 1903, durante 3 minutos, perante ... 5 testemunhas. Mas é um avião sem rodas. Como decolou? “Ele não decolou: foi catapultado”, explicaram os irmãos. Na verdade – e mesmo supondo que ele tenha alçado vôo – o “avião” dos Wright não decolava e só ganhava velocidade sendo catapultado por trilhos montados no chão.
A aviação, como a televisão, teve inúmeros pioneiros e não de pode negar que o segundo se beneficiava dos experimentos do primeiro. Mas não se pode negar o pioneirismo de Santos-Dumont que alçou vôo com seus próprios meios mecânicos: a propulsão, graças a um motor a explosão Antoinette de 24 CV, recursos que os bicicleteiros de Ohio não conheciam.
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