No 5º mês do ano, a temperatura aqui no Sul é mais doce, último adeus definitivo ao verão, prenúncio de um inverno frio e inóspito. A natureza se prepara para o reinício do clico da vida: as árvores perdem as folhas, as parreiras dormentes serão podadas, na terra crescerá o mato antes da aradura. Mês de Maria, data preferida pelas donzelas para o santo sacramento, maio marca também o recuo da caça e da pesca, para que se refaçam o equilíbrio biológico e o rodízio da vida. Maio marca também uma novidade: a escolha dos candidatos que disputarão os cargos eletivos em novembro próximo.
Dentro de cada partido (temos cinco partidos já organizados), a democracia se renova, pois ninguém criou algo melhor como sistema de governo. Os candidatos se impõem, unicamente, porque têm a ambição do Poder (se alguém disser que foi “convocado” pelo Partido, creia-me, você está diante de um sonhador mentiroso, não vote nele). E por que se pleiteia um cargo? Por inúmeras razoes, sendo a principal a vocação para o poder, o mando, o absolutismo, o dinheiro. Mandar e desmandar, premiar e punir, prender e soltar. Essa a vocação primária, o chamamento tribal. Existem razões nobres e outras nem tão nobres. Servir ao povo, por exemplo. Muitos líderes carismáticos têm noção correta dos problemas e das soluções para uma Nação. Sempre existiram líderes com vocação para servir ao povo. Mas uma vez no poder, relutam em devolve-lo. Daí a eterna vigilância com os líderes carismáticos: a não possibilidade de reeleição é a maior garantia de rotatividade no poder. Restam ainda os que ingressam na política por oportunismo - e não vamos ignorar o joio brotando vigoroso misturado ao trigo - e os que são testas-de-ferro, marionetes, defensores de interesses específicos.
Jornal CORREIO DO SUL-Criciúma
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