Guilherme Coelho trabalha como arquiteto social para os Médicos Sem Fronteiras na Bélgica; Teco Borges é designer de interiores com escritório na Barra da Tijuca, no Rio; Mark Schwarzberg é diretor de arte e trabalha para agências do Rio e de São Paulo. Além de serem cariocas, eles têm em comum o fato de morarem em Floripa. Trouxeram para cá seus gordos salários, infinitamente inflados por empresários paulistas que aqui chegam quinta à noite e retornam segunda pela manhã, deixando suas famílias. São fatos que tornam Floripa a cidade onde moram os mais ricos catarinenses: enquanto, aqui, mais de 40 mil pessoas declaram Imposto de Renda, em Joinville, a maior cidade do Estado, este número é de 39 mil declarantes.
São essas pessoas com alto poder aquisitivo que construíram Jurerê Internacional, a RBS, o Costão do Santinho, o Costão Golf, os shoppings Floripa e Iguatemi e tantos outros empreendimentos milionários. Aqui montaram uma medicina preventiva de Primeiro Mundo – dispensando-se viagens dolorosas e caras a outros centros – com o SOS Cárdio, Laboratório Santa Luzia, Hospital Baía Sul Medical, Clínica e Diagnóstico Imagem, Ultralitho, Cardiosport, Lâmina Medicina Diagnóstica. A vocação de nossa Ilha parece ser mesmo o destino de quem tem dinheiro e busca qualidade de vida. Que o digam os empresários que para cá trouxeram o Ponto Frio, Casas Bahia, Magazine Luiza, Wal-Mart, Colombo, Multisom, Unilar, Lacoste, Richards... Não passa de uma lenda urbana supor que Floripa é Miami, onde 500 mil brasileiros gastam US$ 1 bilhão por ano.
Nosso turismo de verão, do jeito que anda, apenas prejudica a cidade e desagrada ao visitante. O tiro tá saindo pela culatra.
NOTA escrita para coluna Cacau Menezes - Diário Catarinense - Florianópolis/SC
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